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domingo, 27 de junho de 2010

“Ficha-suja”, Jackson ataca justiça em convenção

“Ficha-suja”, Jackson ataca justiça em convenção: "

Com possibilidade real de ter a candidatura cassada por conta da lei que proíbe a candidaturas de políticos “ficha-suja”, o governador cassado Jackson Lago (PDT) atacou ontem duramente a justiça durante a convenção que homologou seu nome como candidato ao governo. Segundo ele, o grupo da governadora Roseana Sarney (PMDB) “articulou com as estruturas corruptas de poder da República ( a justiça no meio) o nosso afastamento”.


Imagens do tucano José Serra e Jackson decoraram palco da convenção

Imagens de José Serra e Jackson decoraram palco da convenção


“Por que cassaram o nosso mandato. Será, como eles dizem, porque o então governador (José Reinaldo Tavares) assinou convênio com o prefeito de Codó (Biné Figueiredo), em abril de 2006? Eu não era nada, não tinha função pública. E aí cassaram nosso mandato. Mentira! Cinismo!”, disse o ex-governador.


Já no final de seu discurso, acusou a governadora Roseana Sarney (PMDB) de ter “trancado” um convênio eleitoral firmado por ele às vésperas de sua cassação com o prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB) no valor de R$ 150 milhões – o Governo do Estado repassou antecipadamente ao município R$ 73,5 milhões. “Esse governo falso, ilegítimo, que aí está, cassou nessa falsa justiça esses recursos. Até hoje o prefeito não conseguiu usá-los”, disse.


Em almoço-entrevista há duas semanas com um grupo de jornalistas, Roseana explicou que esperava a prefeitura devolver os recursos para refazer o convênio. Castelo retirou os R$ 73,5 milhões da conta do convênio, o que seria ilegal. O Tribunal de Justiça determinou a devolução do dinheiro ao erário, decisão até hoje não cumprida.


Aliados também atacam


Os aliados também não pouparam críticas principalmente à Justiça Eleitoral. “Golpe judiciário” foi o termo mais ameno com que foi tratada a decisão do TSE que cassou o ex-governador em 2009.


O vice-governador cassado Luiz Carlos Porto, o Pastor Porto (PSDB), afirmou que a decisão da Corte Eleitoral foi uma “inversão de valores”. “Como eu poderia estar ali (no TSE) como um criminoso? Sabia que não havia nada de errado. Aquilo foi uma inversão de valores”, discursou.


O ministro aposentado do STJ e ex-ministro do TSE, o pré-candidato ao Senado Edson Vidigal (PSDB), garantiu que a Lei a Ficha Limpa não atingirá Jackson. 


“A não ser que todos os livros de direito tenham de ser queimados nas fogueiras juninas. A não ser que todos os professores de direito tenham de ser demitidos. A não ser que todas as faculdades de direito tenham de ser fechadas. A não ser que os princípios do direito, no mundo inteiro, tenham de ser deletados. O Supremo (Tribunal Federal), como guardião da Constituição, desproverá uma injúria dessa de que Jackson não será candidato”, afirmou.


O prefeito de Porto Franco, Deoclides Macedo (PDT), disse que “nós não temos de temer aqueles que querem imputar a Jackson o ficha-suja. Jackson não é ficha-suja. Ficha-suja são aqueles que estão por aí”.


Já para Castelo, é o povo que terá de “corrigir” o “erro” do TSE. “O que nós queremos é corrigir um grande equívoco. É o povo quem vai decidir se pode mais ou se ele não pode mais”, declarou.

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